quinta-feira, 2 de junho de 2011

Onde esconderam o poder?

            Ano passado, a população brasileira estava contente, ansiosa e impaciente; o país inteiro parado esperando pelo grande acontecimento de 2010: a copa do mundo, o povo sabia de tudo, “a seleção brasileira jogará hoje contra a seleção x, se ganhar dessa, jogará semana que vem com a seleção y, o técnico Dunga tem planos de organizar o time nessas posições, o jogador tal vai ser substituído por aquele...” e assim todos estavam por dentro. Porém,  existe um outro evento que ocorre no mesmo ano em que se realiza a copa do mundo: a eleição presidencial, ou seja, eleição onde um partido específico representará o país. Desse evento observa-se que o povo pouco sabia, provavelmente porque pouco se interessava pois, é claro, existia algo "mais importante" acontecendo.
            Desviar a atenção da população é fácil, basta tratá-la como um cachorro. Vamos contar uma pequena anedota. O meu cãozinho não pode entrar em casa, ele deve ficar no pátio, porém, por um descuido meu, deixei a porta aberta e ele entrou. “Epa, cãozinho safado, quem és tu para invadir a MINHA privacidade?!” pergunto para ele indignado e, assim, pego um pedaço de carne que já começa a se decompor, mostro para ele e o guio com aquela comida fedorenta até ao pátio e, ele, então, sacia a sua vontade, fica feliz e, dessa forma, por mais que ele por mim seja impedido de invadir minha privacidade, ficará feliz com o naco de carne pútrida, esquecendo-se de fazer novas tentativas de mudar o “status quo” que estabeleci. Concluindo, o dono da casa é a política; o povo, o cãozinho safado. E quem é o culpado? Nós mesmos (sujeitos inseridos no social) pois não somos animais irracionais, ou seja, somos dotados de razão, podendo mudar paradigmas. A política também tem a sua culpa, é bem verdade, porém qual é o dono que se preocupará enquanto o seu cãozinho safado não o morde?
            Relato agora um evento histórico que poderia acontecer em nossa sociedade. Na idade moderna, a Espanha, por exemplo, retirava todas as riquezas da América, logo ficou rica através de suas colônias. No entanto, quem começou a revolução industrial não foi a Espanha e que, nesse caso, poderia ter sido, pois estavam milionários. Quem começou foi a Inglaterra, a partir do seguinte raciocínio: vamos produzir para vender aos milionários espanhóis, assim eles compram e nós vendemos e, com o tempo, acontecerá a inversão de papéis. Não digo que nós tenhamos que entrar na política, mas devemos saber que é que nós é quem tem o poder de decidir nas questões políticas. Claro, não esquecendo, obviamente, que a decisão deve ser democrática, para isso deve haver também, para cada mudança, uma discussão de moral e de ética.
  O leitor pode dizer que existem revoluções no Brasil, como ocorreu a Revolta da Vacina e entre outras, e que agora, atualmente, há um grupo de jovens que estão jogando golf nas ruas de Porto Alegre para mostrar o quanto há de buracos nas ruas... Sem comentários. Na verdade, há um comentário sim: é uma revolta belíssima (e isso não é uma ironia), pessoalmente acho lindo um tipo de revolução dessas, pois mostra algo totalmente ingênuo e pacífico. No entanto, não funciona.
Portanto, está na hora de termos a nossa conscientização social para que possamos UNIDOS combater as injustiças que nos afetam a todo o momento. Somos excluídos da política por termos um paradgima alienante, porém toda inclusão, às vezes, requer uma micropolitica.

8 comentários:

  1. Nossa, esse texto está perfeitamente escrito e posicionado sobre a nossa realidade. Somos marionetes da nossa preguiça intelectual. Infelizmente presenciamos isso ano após ano. O que é preciso sempre, e repito: educação para mudar! O povo brasileiro já tem uma genética pacífica, e com uma minoria corrupta e manipuladora no governo, um bando de sociopatas reunidos em prol de um objetivo: lucro a todo custo, nos cegam com a sua simpatia na mídia e com o pão jogado ao povo.
    MUDANÇA, JÁ... COMEÇECA-SE EM CASA, NO TRABALHO, NO BAIRRO, NA CIDADE.

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  2. O problema não está na política brasileira, o problema é o povo!
    "A oportunidade faz o ladrão"...
    Eu também posso não ser um ser humano totalmente correto para as outras pessoas, primeiro porque nem sei a definição de certo para as outras pessoas. Mas sim, eu procuro fazer o que acho que é certo.
    Quando digo à respeito de que o problema é a nação brasileira não é pelo fato clichê de que "somos nós que os elegemos". É pelo simples FATO e sim, isso é um FATO de que grande parte, talvez mais de 90% da população faria a mesma coisa se estivesse no lugar desses políticos.
    Eu me revolto quando ouço alguem reclamando de um político, mas o cara rouba a caneta do escritório, ou umas peças de uma fábrica "ah, mas essa comparação não tem relação nenhuma, uma caneta não vai fazer falta lá no escritório".
    Pois é, um milhão na conta do Palocci de um PIB de US$ 2,100 trilhão também não fará falta. Então não é pelo valor, mas pela atitude!
    E você? Faria a mesma coisa se estivesse no lugar deles? Pensem nisso antes de fazerem qualquer comentário ou crítica para nossos políticos. Dai pensem novamente e dessa vez sejam sinceros!

    Obrigado

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  3. É a politica do pão e circo é tão antiga e o circo ainda funciona. E eu não posso nem dizer infelizmente, porque o povo brasileiro fica bem feliz com os malabaristas que lhes são apresentados.

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  4. Lucas, o texto é uma reflexão do quanto o povo está passivo diante de tanta injustiça cometida pela politica. É uma forma de mostrar para o povo que ele pode ter, e na verdade tem o poder para decidir sobre o que quer, para que nós, cidadãos, possamos lutar pelos nossos objetivos e, assim, fazer com que realmente haja democracia, porém pouquíssimas pessoas estão fazendo isso. Aqueles que não reclamam das injustiças da politica é porque, provavelmente, aceitam-nas e aqueles que sentem raiva por pessoas que estão reclamando da política é porque, provavelmente, aceitam-nas também. Aceitar injustiças é viver alienadamente numa sociedade; assim como fazê-las. Não seria "aceitar" a palavra correta, mas sim, ficar indiferente.
    Não dissemos em nenhum momento que é nós, o povo, que deve entrar para a política, mas sim o quanto nós devemos nos conscientizar.
    Então essa visão pessimista que tu mostras de que nunca haverá justiça será para sempre? Pois se continuarmos alienados, é muito possível que sim. No entanto, que bom que deve haver menos de 10% da população que ainda possui uma postura ética e moral para trabalhar a favor da justiça, ou seja, ainda há uma esperança para que esses possam conscientizar os mais de 90% que vivem alienadamente e que seriam capazes de comenter injustiças para com o povo quando estiverem no governo. Nós somos essa minoria e tu?

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  5. Ok, eu entendi o que vocês querem passar com o texto e concordo que o povo está completamente anestesiado.
    O que me revolta são as pessoas que reclamam da política e não fazem nada para mudar, ou que me dizem que fariam a mesma coisa se estivessem no lugar deles. Sim, conheço muitas pessoas assim e que me questionam "Ah, mas vai dizer que tu também não ia fazer isso?" e ficam surpresos quando digo que não. É óbvio que não faria o mesmo.
    Quando escrevi a respeito do povo, apenas expressei o que eu penso e não por algo que vocês escreveram.
    Vocês podem e tem todo o direito de dizer que minha visão é pessimista. Mas infelizmente, pra mim, esse pessimismo é a realidade e um Brasil sem injustiças é uma utopia.
    Claro, acho que a ação de vocês em tentar concientizar as outras pessoas do que é certo pra vocês é super válida e é o que eu procuro fazer no meu dia-a-dia. Seja com política, meio-ambiente ou qualquer outra coisa que eu acredito que seja certo passar para os outros.
    E sim, eu faço parte da minoria que eu gostaria que fosse maioria.

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  6. Essa questão que tu coloca: "Um Brasil sem injustiças é uma utopia" é uma verdade, pois isso está acontecendo "a todo o momento".

    É exatamente esse o ponto do quanto queremos mostrar através da nossa discussão: o quanto as pessoas (acredito que a maioria) exercem o seu poder na medidada do dinheiro.

    Vale lembrar, também, que os políticos também podem ser considerados o povo, ou seja, eles também fazem parte do social. No entanto, confudem-se o poder com a representação que fazem de nós. Portanto, aqueles que estão inseridos na política trabalham para representar aqueles que não estão, se esse é para ser o sistema correto, logo, os políticos trabalham porque os não-politicos é que tem o poder de decidir na sociedade, mas, pelo o que podemos observar, ocorre o papel inverso: nós (não-políticos) não exercemos poder algum e os políticos, por sua vez, exercem o poder por si sós.

    O desafio da nossa sociedade está em fazer com que o sistema seja realizado da forma correta, porém isso só vai ocorrer, acreditamos nós, quando os cidadãos não-políticos tomarem consciência de que são eles quem exercer o poder.

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  7. Interessante o texto do grupo. A estratégia utilizada pela Inglaterra na antiguidade foi realmente louvável. Creio que toda a parte esclarecida da população fica indignada ao ver a situação na qual vivemos. Somos feitos de bobos na cara de pau por "oportunistas". Afinal, eu concordo com o Lucas quando ele disse que a ocasião faz o ladrão. O político entra no congresso com o intuito de mudar tudo; entretanto, como todo o sistema tá engrenado, ele prefere entrar no esquema e deixar rolar, pois é a situação mais cômoda. Concluindo, somos cachorros-racionais, pois temos a consciência da situação. Porém, com o perdão da palavra e utilizando-me do jargão cinematográfico, O SISTEMA É FODA.

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  8. O texto traz de volta à tona a política do pão e circo, tão utilizada pelo Império Romano.
    Essa política que ainda é adotada em nosso país retrata a ignorância do povo brasileiro e, acima de tudo, ela reflete, infelizmente, o caráter de uma parcela expressiva da população.
    Os políticos, temos que compreender, são o reflexo da sociedade. Se a sociedade é corrupta, ela só pode fornecer políticos corruptos para gerir o seu destino. Quantos reclamam dos escândalos que abalam a opinião pública e, tendo oportunidade na vida privada, fazem o mesmo que seus representantes; quantos praticam seus negócios de forma fraudulenta, atribuindo-se “a qualidade” de “hábeis negociantes”, quando conseguem falsear no cumprimento de seus contratos sem serem descobertos. O que não fariam se estivessem no poder?!
    Já é bem conhecido o adágio que diz: “para conhecer o caráter de um homem dê-lhe poder”.
    Essa política é o resultado do egoísmo que todos temos em graus diferentes. Aqueles que o têm de forma exacerbada se aproveitam de todas as artimanhas e recursos ao seu alcance para “tirar vantagem em tudo”, como reza o malfadado jargão por todos os brasileiros conhecido.
    Quando o homem se comporta como o cachorro da parábola do texto nas questões políticas, pensa que está tirando vantagem da situação e, então, vende seu voto. Isso é uma questão educacional. Quem assim procede não se dá conta dos prejuízos que promove para todos e inclusive para si próprio. O político que compra o voto do povo, se eleito, usurpará quantias inimagináveis dos recursos que deveriam ser destinados a suprir as necessidades básicas e fundamentais do povo. Necessidades essas que devem ser atendidas pelo Estado, se este se constituir realmente em um Estado Democrático de Direito, defendendo os direitos fundamentais constantes na Constituição Pátria.
    E aqueles que deliram nos anos de copa do mundo, esquecendo de dar atenção aos acontecimentos políticos de nosso País, satisfazem-se com o circo, facilitando manobras espúrias dos nossos representantes, tanto no Executivo quanto no Legislativo, os quais se aproveitam desse “sono em berço esplêndido” em que vivem os brasileiros desatentos.
    É preciso acordar para que realmente conquistemos o “penhor dessa igualdade” decantada em nosso Hino Nacional dentro de nosso próprio território.
    O caminho para essa conquista está na educação embasada em princípios morais e éticos, não outro caminho.

    Vilson Fonseca Lemes

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